Há 91 anos, em 04 de fevereiro de 1934, era inaugurada a bela Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, que tem grande proximidade com Congonhas.
Por Hugo Cordeiro - Cadeira n°05, Patrono: Joaquim Cordeiro.
Publicado em 04 de fevereiro de 2025.
Com a chegada da ferrovia e da Usina Wigg (uma das pioneiras na siderurgia do Brasil), nos finais do século XIX, a então região de fazendas auríferas, originada no Século XVIII chamada "Xiqueiro", localizada no rodeio do Caminho Velho Real contornando à oeste a Serra do Ouro Branco, tinha uma capela devota à São Julião, erguida nas terras da família do inconfidente Álvares Maciel, mas que estava abandonada desde a Revolução Liberal de 1842.
Alice Wigg, esposa de Carlos Wigg, fundador da usina, como agradecimento ao sucesso do empreendimento, mandou recurar e ampliar a então capela ainda nos finais de 1800, tendo a sido rebatizada como Nossa Senhora Auxiliadora de Calastróis (menção á um córrego próximo ao local).
Porém, com o crescimento urbano, a Revolução de 1930, a morte de Carlos Wigg em 1931 levando a incertezas e o fato da capela primitiva não ficar próximo das casas, Alice custeou a construção de uma nova igreja maior e próxima à comunidade, sob apoio de um padre italiano amigo dos Wigg, Marcelino Braglia, vigário da igreja antiga. A construção atendia também a um pedido das irmãs da Beneficência Popular do Coração de Jesus, que atuavam em Miguel Burnier há anos, recebendo este nome.
A imponente igreja foi projetada pelo arquiteto italiano Júlio Cellini e do engenheiro João Vanderlei, contém estilo arquitetônico neorromano, raro em Minas Gerais (mesmo estilo da Basílica de Aparecida, erguida pelos Redentoristas) e seu interior destaca a sua decoração com mármore italiano de Carrara.
Durante o período a igreja tem inúmeras histórias de relação com a comunidade e região.
Recebeu obras de restauração e requalificação paisagística do adro em 2024.
Em 2017 foi iniciado um processo municipal de tombamento da igreja, mas não foi efetivado.
O nome Miguel Burnier é devido à estação ferroviária, tendo o nome oficializado como distrito em 1945.
A seguir, fotos 1 e 2 na inauguração (Acervo Redentorista), 3 o interior e 4, visita do IHGC em 2022.