O Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas possui como patrono-geral Hélio Armond Werneck Côrtes. Filho de Otávio Werneck Côrtes e de Alice Armond Werneck Côrtes, Hélio Armond Werneck Côrtes nasceu no dia 6 de dezembro de 1916, em Congonhas, MG, onde permaneceu toda a infância e parte da juventude. Concluiu o curso secundário no Ginásio Dom Lustosa (Patrocínio - MG). Em 1944, bacharelou-se em Direito pela Faculdade Federal da UFMG, tendo sido o orador da turma, pois era um brilhante orador, talento provado nos concursos que ganhou quando participava do Grêmio Estudantil Afonso Pena. Descendente do Segundo Barão de Pitanguy (Honório Augusto José Ferreira), Hélio casou-se com Domnina Santos Machado Werneck Côrtes, em 1946, com quem teve apenas um filho, o pediatra Fernando Machado Werneck Côrtes. De 1946 a 1949, quando já estava advogando, Hélio assumiu o cargo de Chefe da Seção de Cadastro e Fiscalização do SENAI. Foi, ainda, professor de Língua Portuguesa e História Geral e do Brasil. Aprovado em concurso público, foi nomeado Promotor de Justiça da Comarca de Eugenópolis, MG, em abril de 1949, mas acabou não assumindo o cargo. Aprovado em outro concurso, um mês depois assumiu o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Cláudia. Nos anos seguintes, desempenhou sua função em Aiuruoca (1954), Carandaí (1958) e Itaúna (1961). Em 1965 retornou a Belo Horizonte, atuando na 2ª Vara Criminal e na 4ª Vara Cível e Comercial. De 1970 a 1971, integrou o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, do qual foi presidente entre 1984 a 1985. Em 1976, Hélio Armond Werneck Côrtes foi promovido, por merecimento, ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pelo governador Aureliano Chaves. Assumindo, em 1985, sua presidência. Intelectual polivalente, o magistrado congonhense publicou os seguintes livros:
O Menino e o santo (1973), prefaciado por Martins de Oliveira;
Dantas Mota, poeta de Aiuruoca (1980);
A sombra dos personagens (1981);
Discurso de posse da Academia Mineira de Letras (1983);
Viagem para o reencontro (1986);
Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico de MG (1987);
O Humano Beethoven (obra póstuma, sem data);
Desembargador, historiador, escritor, advogado e professor, Hélio Armond foi membro da Academia Mineira de (AML), tendo tomado posse em 28 de junho de 1981, sendo saudado pelo acadêmico Oscar Mendes. Eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), foi recebido pelo associado efetivo Wilson Veado. Era, ainda, membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (AMULMIG) e da Academia de Letras Além Paraíba. Na opinião do intelectual Oscar Dias Corrêa, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), a escrita de Hélio Armond era refinada e peculiar: “Seu estilo é de uma limpidez e de uma harmonia clássica. Tem o sabor nectário de certas páginas de Flaubert e a perfeição grega de períodos de Anatole France, bem como se pode alinhar ao lado das de Alencar, Machado de Assis Josué Montello”. Recebeu, ainda, diversas distinções e condecorações, dentre elas: Medalha de Honra e Grande Medalha da Inconfidência (1978 e 1983), Medalha Santos Dumont (1984), Medalha da Ordem do Mérito Legislativo (1984) e Medalha do Mérito Judiciário (Supremo Tribunal Federal). Após uma vida dedicada ao bem comum, o congonhense Hélio Armond Werneck Côrtes faleceu no dia 29 de setembro de 1991, em Belo Horizonte, aos 74 anos.
Por Paulo Henrique de Lima Pereira
Fundado em 1907, o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) tem como principal missão “preservar, produzir e divulgar registros históricos do Estado de Minas Gerais”. Desde sua fundação até os dias atuais, somente dois congonhenses foram membros desta instituição centenária, guardiã das histórias e tradições mineiras: o arcebispo dom Silvério Gomes Pimenta, eleito membro correspondente em 1910, e o desembargador Hélio Armond Werneck Côrtes, aclamado membro efetivo em 1987. Uma das principais missões do “Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas” é revelar aos congonhenses fragmentos desconhecidos de nossa história. Deste modo, uma vez que a figura de dom Silvério é bastante conhecida e explorada, Hélio Armond foi escolhido patrono do IHGC. Assim, homenageamos, também, o IHGMG. É importante também ressaltar que, além de escritor, professor, contista e jurista, o congonhense Hélio foi um grande historiador, tendo publicado duas primorosas biografias: Dantas Mota, poeta de Aiuruoca e O Humano Beethoven. Assim sendo, a escolha de seu como paraninfo, justa e importante, está de acordo com os mais altos propósitos do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas. Para terminarmos, transcrevemos o pensamento de Hélio Armond, publicado no livro A sombra dos personagens: “Todas as coisas passarão um dia na inevitável passagem para o abismo onde dorme o infinito dos esquecimentos... somente o nosso amor não passará”.
26ª cadeira, sem representante
27ª cadeira, representada por Matheus Henrique Velozo Gonçalvez
29ª cadeira, sem representante
30ª cadeira, sem representante