Palestra "Águas de Congonhas - Espiral de 1700 a 2024", ministrada pelo Confrade Efetivo e Ambientalista Sandoval Souza Pinto Filho
Palestra "Águas de Congonhas - Espiral de 1700 a 2024", ministrada pelo Confrade Efetivo e Ambientalista Sandoval Souza Pinto Filho
O Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas promoveu na manhã deste sábado, 18 de maio de 2024, a palestra "Águas de Congonhas - Espiral de 1700 a 2024", proferida pelo Confrade Efetivo e Ambientalista Sandoval Souza Pinto Filho, no salão Nobre da Câmara Municipal de Congonhas.
Diante a presença dos Confrades e Confreiras do IHGC e da Academia de Ciências e Letras de Congonhas (ACLAC), além de convidados, Sandoval refez a linha do tempo quanto ao uso da água no desenvolvimento de Congonhas. Desde os primórdios do primitivo arraial, surgido no início do século XVIII, até os dias atuais, o palestrante abordou a importância desse vital recurso hídrico e como as ações da mineração o tem afetado.
Com a construção do complexo do atual Santuário do Bom Jesus de Matosinhos a partir de 1757, inicialmente a água utilizada para sua edificação adveio da mina da "Biquinha". Depois, com a introdução dos festejos do portentoso Jubileu em 1780, a captação de água passou a ser feita no alto da "Cruz das Almas". Para isso foi construído um engenhoso sistema de abastecimento conhecido como "alcatruz" (canaletas feitas de pedra-sabão e encaixadas - uma a uma). Assim, a água passou a ser ofertada tanto para os alunos do Colégio Matosinhos quanto ao romeiros e peregrinos do Bom Jesus. A vizinhança também passou a se servir dessa água.
A partir da década de 1930 o padres da Congregação Redentorista construíram um novo sistema de abastecimento de água, captando o líquido preciso na região da serra do Engenho e distribuindo em Congonhas através de um sistema de canos de ferro fundido. Em 1968, através de uma lei autorizativa, a Congregação Redentorista transferiu para o Município a responsabilidade em captar e distribuir a água para seus moradores. E esse sistema construído pelos padres foi utilizado até meados de 2007 quando a Copasa (presente em Congonhas desde 2004), o substituiu pelo seu sistema utilizando canos plásticos.
Sandoval também mostrou como a mineração na serra Casa de Pedra avançou desde a década de 1940 até os dias atuais, consumindo cada vez mais água para beneficiar o minério dali extraído. E foi além ao nos mostrar, através de gráficos, como o lençol freático da região das serras Casa de Pedra e Engenho já foram afetados.
Segundo dados da Copasa, Congonhas é abastecida por cerca de 55% da água proveniente da serra do Engenho. Nesse momento fez-se uma reflexão do que poderá acontecer em um futuro próximo acerca do crescimento populacional da cidade e também da necessidade crescente do uso da água na produção do minério de ferro.
Durante a palestra surgiram dúvidas e sugestões que foram sendo respondidas pelo palestrante. Uma das propostas feita pelo convidado Anivaldo Coelho é a de formar um grupo de discussões para ampliar esse debate acerca do uso da água em nosso Município, o que foi acatado pelo IHGC, contando com apoio e parceira da ACLAC.
Assista no youtube da Câmara Municipal:
https://www.youtube.com/watch?v=iiwPSOVC1x4
Fotos: Guilherme Fontainha, Maria da Paz, Cida Resende