Nascido na região rural de Congonhas, Minas Gerais, em 27 de maio de 1924, filho de Dolores Maria Cordeiro e Alderico Júlio Cordeiro. Estudou no Seminário Redentorista de Congonhas dos 15 aos 21 anos onde adquiriu sólida formação clássica e religiosa. Foi morar em Belo Horizonte e seu currículo lhe rendeu trabalho na Compania Minas Brasil. Mudou-se para São Paulo a pedido de uma tia que morava na capital paulista e começou a trabalhar no Frigorífico Wilson do Brasil. Tempos depois recebeu uma oferta e passou a trabalhar na Compania de Cerâmica Industrial de Osasco. Foi em Osasco que conheceu a pessoa com quem viveria sua vida inteira, Odette Castellani, filha dos imigrantes italianos Zeferina Carnicelli e Cipriano Castellani. Casaram-se em 28 de maio de 1949, na Igreja de Santo Antônio de Osasco, São Paulo. Logo após o casamento, se mudaram para Minas Gerais, vieram pelo famoso Trem Vera Cruz até Congonhas. Após os dois primeiros filhos, o pai de Joaquim, Alderico, foi trabalhar em Igaratinga na Corradi e Cia, Joaquim o acompanha no serviço e leva junto Odette e os primeiros filhos. Em uma ida à Divinópolis, próximo à Igaratinga, Joaquim teve contato pela primeira vez com uma pessoa especializada em forno de padaria. Foi então que resolveram construir uma padaria. Em 22 de setembro de 1952 era inaugurada a Padaria Santo Afonso, nome homenagem ao antigo Colégio Santo Afonso, onde funcionava o Seminário Redentorista em Congonhas. A venda dos pães era feita no lombo de um cavalo nas fazendas e sítios daquela região ainda pouco povoada. Foi então que decidiram voltar para Congonhas e abriram a padaria na região de onde hoje é a COPASA, no bairro da Matriz. Pouco tempo depois, pela demanda de clientes, conseguiram o ponto na Praça Dr. Mário Rodrigues, onde hoje está o Banco do Brasil, funcionando lá por por mais de 40 anos. Em 1957, um fato curioso une a história de Congonhas com a Padaria Santo Afonso. Foi a chegada da CEMIG na cidade. Sabendo disso Joaquim investiu em um maquinário de estrutura elétrica grande. A surpresa foi quando o então governador de Minas Gerais, Bias Fortes, veio a Congonhas para inaugurar a instalações da CEMIG e utilizou as instalações novas da padaria para fazer a demonstração do quando Congonhas estava se beneficiando com a nova rede de transmissão elétrica. Foi então que a padaria começou a se desenvolver na cidade, virando marca do comércio, principalmente durante o Jubileu, onde segundo relatos dos filhos, dezenas de sacos de farinha de 50kg eram usados todos os dias para produção dos pães e doação para os mais carentes que sempre visitavam a cidade de Congonhas nesta época. Além disso sempre ajudou os próprios moradores carentes de Congonhas, onde criava até vínculos com eles, chegando até a criar uma menina dessas famílias mais necessitadas e atualmente é considerada irmã entre os filhos. Uma outra marca era a participação de Odette e os filhos ao longo que iam crescendo, na produção e nas vendas dos produtos, unindo assim ainda mais a família Castelani Cordeiro. Com o passar das décadas Joaquim e Odette sempre participaram de festividades da cidade, como no extinto carnaval das escolas de samba e foram até reis do Congado na Festa do Rosário. Em 1999 celebraram Bodas de ouro, junto dos 13 filhos, com a curiosidade das 7 mulheres terem o nome inicial de ‘Maria’, como devoção à mãe de Jesus, Nossa Senhora. Joaquim foi Ministro da Eucaristia da Paróquia de São José Operário. Em 2007, Odette veio a falecer, após quase 60 anos juntos, mesmo assim Joaquim nunca deixou seu amor por ela se perder, até o fim da sua vida. Em 2011, Joaquim recebeu a Comenda Antônio Francisco Lisboa, maior honraria do município de Congonhas. Em 2012 escreveu o livro chamado “Quando os Olhares se Cruzam” onde conta a história da própria vida e a relação com sua amada, Odette. Sua festa e missa de 90 anos foi um grande encontro de antigos amigos e autoridades de Congonhas. Joaquim faleceu em 2017, aos 93 anos, deixando um enorme legado para sua família de 13 filhos, mais de 30 netos e novos bisnetos chegando, amigos e conhecidos de Congonhas e em São Paulo, onde até hoje as famílias se interagem e se encontram. Sua fala mais lembrada entre familiares e amigos é "Nunca perca a chance de fazer o bem".