O Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas realizou no dia 25 de novembro de 2021 a cerimônia de posse de seus Confrades e Confreiras no Salão Nobre da Câmara Municipal de Congonhas
Nas palavras do confrade Tarcísio Martins, "um momento sublime, com presenças ilustres, que reconhecem o trabalho do Instituto, para com a Ciência, História, Cultura, Meio ambiente".
A seguir foi proferido o discurso na abertura do evento pelo Orador e membro-fundador Professor, Advogado e Doutor em Ciências Políticas e Sociais, Antônio Vicente Vieira:
"Excelentíssimo senhor Presidente, André Candreva na pessoa de quem saúdo todos os excelentíssimos confrades e confreiras, nossos convidados, as senhoras e os senhores aqui presentes!
A pequena semente plantada, germinou rapidamente e começou a produzir excelentes frutos. Nosso patrono, após aprovação unânime dos confrades e confreiras, é o Doutor Hélio Armond Werneck Côrtes, filho de Otávio Werneck Côrtes e Alice Armond Werneck Côrtes, nascido em Congonhas no dia 6 de dezembro de 1916. Descendente do Segundo Barão de Pintaguy - Honório Augusto José Ferreira - casiu-se em 1946 com Domnina Santos Werneck Côrtes - tendo um filho, o médico pediatra, Fernando Machado Werneck Côrtes.
Dentre suas atividades: Foi professor de língua portuguesa e história Geral de e do Brasil, Juiz de Direito em diversas comarcas de Minas, integrou o Tribunal Eleitoral de nosso Estado, onde foi Presidente entre 1984 e 1985. Promovido por merecimento, em 1976 assumiu cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça, tendo, em 1985, tornado-se seu Presidente. Foi membro do Instituto Histórico de Minas Gerais ,membro da Academia Brasileira de Letras, membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e da Academia de Letras de Além Paraíba. Recebeu diversas distinções e condecorações, dentre elas: Medalha de Honra de Grande Medalha da Inconfidência. Medalha Santos Dumont, medalha da Ordem de Mérito Legislativo, medalha de mérito judiciário do STF. Após uma vida dedicada ao bem comum, veio a falecer, no dia 29 de setembro de 1991, em Belo Horizonte, aos 74 anos.
Porque o seu nome como patrono: uma das principais missões do nosso Instituto é revelar aos congonhenses fragmentos desconhecidos de nossa história. Figuras como Dom Silvério, Cônego Luiz Vieira da Silva o Inconfidente, Zé Arigó, são bastantes conhecidas e já homenageadas. Assim, o nome do patrono se justifica. Nessa oportunidade, homenageamos também o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
Nosso Patrono, Intectual polivante, publicou os seguintes livros: O menino e o santo – 1973; Dantas Mota, poeta de Aiuruoca, 1980; A sombra das personagens – 1981; Discurso de posse da Academia Mineira de Letras – 1983; Viagem para o reencontro – 1986; Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico de MG – 1987; O Humano Beethoven – obra póstuma, sem data.
Usando linguagem simbólica, o Instituto que promove pontes, calça as sandálias da paciência e dedicação acompanhando a prole que planta em solo fértil, vê a beleza da floração e também a colheita dos frutos quando se apresentam sazonados. Enquanto confrades e confreiras, somos sustentáculo de valor do sodalício que acredita em todos e cada um de nós; temos como partícipes da instituição, responsabilidade de realizar ações preferencialmente em Congonhas e na região do Alto Paraopeba, nas mais diversas áreas: literatura e arte em todos os seus vieses e pesquisas históricas e geográficas; Como protagonistas culturais, andamos por lugares dispares, sempre escrevendo a história das nossas ações.
Em 25 de novembro de 2020, oito amigos reuniram-se na casa da Maria da Paz, em Alto Maranhão, com o objetivo de discutirem a possibilidade e a necessidade de criarem o Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas. Presentes: André Candreva, Antonio Vicente Vieira, Sandoval de Souza Pinto, Paulo Henrique, Domingo Costa, Hugo Cordeiro, Maria da Paz e Breno Booz, Após chegarmos a conclusão que o Instituto era viável, começamos a adotar medidas necessárias à criação e instalação do mesmo. Determinado nosso lema: Sapoientia Et Sciencia – significando sabedoria e conhecimento. Traçados e discutidos os objetivos do Instituto, que foram inseridos no Estatuto, entre os quais o Congregar os esforços daqueles que se interessam pelos estudos da História, Geografia, Artes, Etnografia, Cultura, Folclore, Genealogia, Meio Ambiente, Arqueologia, Arquitetura, Geologia, Antropologia, Estética, Turismo, Ciências Humanas e Ciências Sociais correlatas, em âmbito internacional, nacional, estadual e municipal, no município de Congonhas e região do Alto Paraopeba; além de:
II – Propor, incentivar e desenvolver, por todos os meios, o cultivo e a divulgação de pesquisas sobre as áreas anteriormente descritas;
III – Promover e participar de movimentos, empreendimentos e ações, que visem a pesquisa arqueológica, a defesa e a conservação do patrimônio cultural tangível, intangível, natural e artístico de Congonhas e região do Alto Paraopeba;
Definido o número de 30 sócios efetivos, sendo as trinta cadeiras nomeadas pelos respectivos patronos. Quanto ao número de sócios correspondentes, não se estipulou o número. Nosso estatuto foi registrado no dia 18 de Fevereiro de 2021.
Continuo meu pronunciamento agradecendo aos confrades e confreiras do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas pela confiança externada em minha pessoa para proferir esta histórica saudação aos nossos primeiros recipiendários e desde já ressalto que assumi esta missão com o intuito de fazer jus não somente à minha estima mas também aos louros que colhe esta Instituição , Tenho imensa alegria de expressar alegria pelo ingresso desse fidedigno grupo de intelectuais em nossa Instituto, onde todos passam a exercer uma grande missão.
Já enfatizo a todos que as minhas palavras de agora em diante são revestidas da mais completa suspeição, os meus encômios aos novos confrades e confreiras possuem a impressão de alguém que fala não com a boca, tudo que disser de agora em diante virá do coração, por tanto gostar e admirar meus novos confrades e confreiras,.
Temos como missão de pesquisador e historiador: cumprir o dever de não esquecer, firme na obsessão de escavar, prospectar, ponderar e finalmente reconhecer e transmitir, o que os nossos confrades e confreiras devem fazer com maestria e engenho, para se tornarem uma referência obrigatória quando se cogite da nossa história regional. A visão a nos envolver neste percurso mostrará que separados estaremos alicerçando o bem comum, reunidos, celebraremos resultados agregando novas conquistas. É vital o historiador lutar contra a mentira. O historiador não pode inventar nada e sim, revelar o passado que controla o presente às ocultas, no dizer de Eric Hobsbawm.
Isso enobrece a todos nós! Receber-vos é satisfação para todos na certeza de que o Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas se enriquece sobremaneira ao poder contar doravante com suas sabedorias, experiências e boa vontade. Só me resta agora agradecer e dar as boas vindas aos novos confrades e as novas confreira que a partir de hoje compõem um seleto grupo de pesquisadores da história e cultura de Congonhas e da região do Alto Paraopeba. Encerro com o pensamento do nosso patrono, publicado no livro As sombras das personagens:'Todas as coisas passarão um dia na inevitável passagem para o abismo onde dorme o infinito dos esquecimentos... somente o amor não passará'. Obrigado!"