Dom Silvério Gomes Pimenta, filho ilustre de Congonhas, deixou um legado brilhante, apesar de ter enfrentado diversas dificuldades. Nasceu no dia 12 de janeiro de 1840, sendo seus progenitores Antônio Alves Pimenta e dona Porsina Gomes Araújo. Sobre o local exato de seu nascimento não há um consenso. Em versões orais, há citações de que Dom Silvério havia nascido entre os Distritos de Alto Maranhão, Pequeri e Santa Quitéria. Outros biógrafos sustentam que Silvério nascera perto da igreja do Rosário e a ilustre biógrafa congonhense, dona Lindaura Las Casas de Oliveira, sustentou que Silvério nasceu nas proximidades do centro de Congonhas. Podemos afirmar que, apesar das várias hipóteses, ele realmente nasceu na freguesia de Congonhas do Campo e teve uma infância extremamente humilde. Trilhou os caminhos dos estudos, obtendo grande sucesso, sendo um aluno fenomenal, digno de muitos reconhecimentos por seu mérito, e seus mestres ficavam admirados por tamanha dedicação e inteligência. Ingressou sendo aluno externo no colégio Matosinhos graças ao pedido de seu tio e padrinho, o Alferes Manoel Alves Pimenta. Este colégio era administrado pelos padres da Congregação e Missão Os Padres Lazaristas. O menino Silvério trabalhava desde a idade de 9 anos em uma venda de propriedade do Senhor José Basílio, para ajudar sua mãe viúva. À noite, sob a luz da lamparina, nessa mesma venda, estudava debruçado em suas lições. Silvério também trabalhou como ajudante em uma sapataria e realizava pequenas tarefas aos populares. No ano de 1855, no dia 17 de setembro, chegava ao fim a administração do Colégio Matosinhos pelos Lazaristas, por motivos de divergências entre a ordem religiosa com a Irmandade, falta de pessoal e outras situações. Seria o fim da continuação da brilhante carreira de Silvério, se não fosse a intervenção de Dom Viçoso, seu padrinho, que o chamou para Mariana, onde prosseguiu seus estudos, visto que, no colégio em Congonhas, fora aprovado com menção honrosa redigida no diploma de todas as matérias. Já no seminário, continuou se destacando por suas habilidades com os estudos, conquistando sempre excelente desempenho. Aos 17 anos, lecionava latim no seminário de Mariana, dominava tal matéria com muita facilidade e era considerado um exímio orador. Dom Silvério foi ordenado aos 22 anos, em 20 de julho de 1862, na cidade de Sabará. Foi vigário capitular aos 35 anos. Foi nomeado bispo auxiliar em 26 de junho de 1890 e sagrado bispo em 31 de agosto 1890. Aos 06 de agosto de 1907, tornava-se o primeiro arcebispo de Mariana. Como jornalista e escritor, possuía uma linguagem exímia. Fundou os jornais “O Bom Ladrão” e “O Viçoso”, posteriormente “Dom Viçoso”. Escreveu os livros “Resposta ao Discurso do Conselheiro Saldanha Marinho" e “A Vida de Dom Viçoso”. Destaca-se, entre suas publicações: “O Papa e a Revolução” e “A Prática da Confissão”, entre muitos outros. Elogiado por seu estilo de escrita clássico, fino, correto e erudito, foi o primeiro religioso a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, sendo um dos maiores oradores sacros da história latino-americana. Foi um grande incentivador da educação, implementou escolas profissionalizantes, cooperativas agrícolas e fez muitas visitas pastorais a inúmeros rincões das Minas Gerais. Enfrentou com resiliência todas as dificuldades ligadas às irmandades religiosas e as idas e vindas de congregações religiosas na administração das instituições de ensino. Faleceu no dia 30 de agosto de 1922, deixando seu exemplo para que seja fonte de inspiração para as gerações vindouras, tendo em vista que esse homem humilde superou obstáculos e realizou feitos grandiosos e frutíferos