Antônio Ferreira Viçoso nasceu em Peniche, Portugal, em 1787, e era filho de Jacinto Ferreira Viçoso e Maria Gertrudes. Ainda jovem, foi direcionado para o convento de Olhalvo, por intermédio de seu padrinho, que era prior daquela casa. Essa instituição pertencia aos Carmelitas Descalços e foi fundada pelo bispo de Évora, D. Manuel da Cunha, em 1648. Nesse local, Antônio Viçoso permaneceu durante dois anos. Quando Frei Bernardino, seu professor, foi nomeado prior do Convento de Santa Teresa dos Carmelitas Descalços em Santarém, o convidou a prosseguir com seus estudos nesse estabelecimento. Demoraram três anos antes de seguir para o Seminário de Santarém, lugar onde se instruiu por mais sete anos. No decorrer de sua formação, estudou Grego, História, Filosofia, Retórica e Teologia Dogmática. Todavia, um impasse entre o bispo do Porto e Pio VII atrasou as nomeações dos alunos dos seminários portugueses. O problema ocorreu quando o governo indicou o epíscopo do Porto para assumir a Sé de Lisboa. O Papa não aceitou a indicação, pois acreditava que aquele religioso era filho ilegítimo. Devido a esse conflito, as ordenações seculares foram suspensas, fato que obrigou Antônio Viçoso a retornar à casa de seus pais. Decidido a entrar na vida religiosa, Viçoso optou por ingressar em uma ordem regular, tendo escolhido a Congregação da Missão que possuía uma casa em Rilhafoles, Lisboa. Dirigiu-se àquela instituição e, como de praxe, apresentou os requerimentos necessários, expondo os motivos que o credenciavam para ser aceito naquela casa religiosa. A aprovação não ocorreu de forma imediata, sendo necessário esperar dois anos. Em 1811, trocou a formação secular pela regular e iniciou o noviciado no Seminário Interno de Rilhafoles, em Lisboa. Em 1813, fez seus votos e, cinco anos depois, foi ordenado presbítero na Sé Patriarcal de Lisboa pelo bispo resignatário de Macau. [...] Ao terminar, contudo, seus estudos no Seminário Interno dos Lazaristas portugueses, Antônio Viçoso seguiu para o Real Colégio de Nossa Senhora da Purificação para lecionar Filosofia no ano 1813. Esse educandário servia como espaço de aperfeiçoamento para os professores que, posteriormente, poderiam ser transferidos para a casa de Rilhafoles. No entanto, Antônio Viçoso não atuou no principal seminário, pois foi escolhido para trabalhar no Brasil, partindo com o Padre Leandro Rebelo de Peixoto e Castro para a América do Sul em 1819.Os dois religiosos deveriam catequizar indígenas no Mato Grosso, mas foram direcionados para a serra do Caraça, Minas Gerais, onde fundaram um colégio no ano 1821. Antônio Viçoso não permaneceu muito tempo nessa instituição, pois foi transferido, por determinação de D. Pedro I, para o Seminário de Órfãos da Ilha Grande, em Jacuecanga, Rio de Janeiro, com a finalidade de reedificar aquela casa que estava ruindo. Lá trabalhou por 15 anos e retornou ao Caraça, sendo, posteriormente, eleito superior dos vicentinos no Brasil. Em janeiro de 1843, Pe. Antônio Viçoso recebeu a informação de que o Imperador tinhalhe escolhido como Bispo da Diocese de Mariana, Minas Gerais. Entretanto, era necessário aguardar a confirmação papal. Gregório XVI expediu as bulas que confirmavam a sua nomeação como bispo no dia 24 de janeiro de 1844. A sagração foi realizada por D. Manoel do Monte Rodrigues de Araújo, governante episcopal do Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1844. A posse de D. Viçoso aconteceu em 16 de junho de 1844. Ele foi o sétimo Bispo de Mariana; seu governo começou em 1844 e finalizou em 1875. Por 31 anos, foi o governante episcopal de Mariana, faleceu aos 88 anos de idade na cidade de Mariana, especificamente em sua chácara conhecida como Cartuxa, em agosto de 1875. Entretanto, sua influência ultrapassou o período de sua vida. O modelo reformador imposto por ele em Mariana se espalhou pelas dioceses do Rio de Janeiro, Olinda, Diamantina, Grão-Pará, Ceará e Bahia, por intermédio de seus alunos e seguidores que, aos poucos, constituíram figuras importantes no cenário católico imperial”. José Vartuli nasceu na cidade italiana de Arena em 17 de maio de 1881. Seu nome de batismo é Giuseppe Michelle Vartuli, e veio para o Brasil no início do século XX em busca de melhores condições de vida. De imediato foi residir na cidade paulista de Bauru para trabalhar nas lavouras de café, dentro do programa brasileiro que na época incentivava a vinda da mão de obra estrangeira em substituição à mão de obra escravizada - abolida em 1888. Em Bauru conheceu e casou-se com a espanhola Andréa Sanches Monge (e aqui em Congonhas ficou popularmente conhecida como “Dona Andreza”). Dessa união tiveram três filhos: Maria Stella, Antônio Francisco e Paschoal Vartuli. O casal chega a Congonhas em 1910 e logo fundaram o Grande Hotel dos Viajantes (posteriormente rebatizado como Hotel Vartuli) em frente a estação ferroviária (inaugurada em 1914). O hotel, além de sua função primária, foi palco de grandes eventos sociais de Congonhas por várias décadas além de ter sido palco da reunião mais importante de Congonhas – a que definiu a emancipação em 1938. No início da década de 1930, José Vartuli fundou com seu genro, o também italiano Francisco Humberto Candreva, a pioneira “Fábrica de Calçados Ítalo-Brasileira” que durante mais de duas décadas ofertou inúmeros postos de trabalho local e formou uma grande leva de sapateiros. O visionário e empreendedor José Vartuli faleceu em 1952 aos 71 anos e está sepultado no cemitério de Nossa Senhora da Conceição em Congonhas.